14.8.06

Tasse

Hoje acabaram-se as férias de verão. Quando começaram, pensei em arrumar a arrecadação, pedir credenciais para fazer exames, arrumar papelada, enfim, por um pouco de ordem na minha desordem. Só que fiquei pela (pouca, ou mesmo nenhuma) vontade.

Arrecadação: local onde se guarda alguma coisa; lugar para depósito (dicionário Porto Editora). Ora, se é um depósito, para quê arrumar, se enfiamos para lá as coisas e nunca mais nos lembramos delas (ou se nos lembramos, tiramos logo dali o sentido devido ao estado caótico da coisa)?

Ir ao centro da saúde da área de residência é também para esquecer. O atendimento remonta à Era Pré Glaciar, onde dinossauros (sem ofensa para os bichinhos), que nem sequer são marca Rex, nos evitam e tratam com desprezo e onde grunhem com voz agoniada: "É favor tirar a senha se não têm consulta marcada!".

Depois há a sala de espera: idosos que vão visitar o médico pela 4ª vez naquela semana e que desenrolam um chorilho de doenças; as pessoas que estão a trabalhar e que lá estão mesmo porque precisam, os outros e os putos. Os putos é que é!! Coisa mai linda! Os homens de amanhã, que hoje correm atrás uns dos outros pela sala de espera qual corrida de Formula 1, que gritam a plenos pulmões como se não houvesse amanhã e que jogam, sim, meu Deus, que jogam. Sempre aquele pi pi infernal, aquela música irritante que nos dá vontade de atirar o telemóvel pela janela.

Finalmente, há aqueles que insistem em tentar conduzir. Sim, eles insistem e insistem e insistem. Ainda não perceberam é que só contribuem para o aumento de doenças nervosas e cardíacas nos restantes mortais. Uma vez, a vir da praia, apanhei com uma à minha frente (estas é que dão mau nome à classe, não duvidais!) que me atirou para um verdadeiro problema hérculeo: ir em 2ª ou em 3ª. Verdadeiramente revigorante!

Hoje, fui trabalhar e chego à conclusão que este é o melhor mês: stress reduzido, os displicentes revigoram as zonas turísticas e chega-se a casa sem stress.

E está tudo bem.

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