31.8.10

Não sei...

Falta-me o ar.
Dentro de mim sinto um muro a crescer a ficar resistente, cada vez mais resistente. Grito por dentro até fazer ferida e ninguém ouve, ninguém quer ouvir. Mesmo que me exalte por fora, ninguém ouve. Concentrados na comiseração, preocupados com os seus próprios sentimentos de dor, esquecendo quem leva as golpadas, movimento após movimento e cuja dor não hão-de conseguir conceber. Sinto-me sufocada com atenções que não são para me confortar mas sim a eles, aos que confortam.
O cimento é cada vez mais resistente, como se uma solitária se erguesse, não à minha volta, mas dentro, bem cá dentro, debaixo das várias camadas que demontro aos outros, quais máscaras do teatro da vida.
Não sei o que me apetece realmente.
Não sei se isto é a acalmia da tempestade e o advento da bonança, se é apenas tempo de trovoada.
Não sei pensar. Não sei sentir. Não sei estar. Não sei...

Sem comentários: